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Sondagem Elétrica Vertical - SEV

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Desvendando o Subsolo: O que é a Sondagem Elétrica Vertical (SEV)?


Imagine poder fazer um "raio-X" ou um "ultrassom" do solo para ver o que existe debaixo de nossos pés sem precisar cavar um buraco enorme. É exatamente isso que a Sondagem Elétrica Vertical (SEV) faz! Esta técnica é uma ferramenta poderosa e não destrutiva usada por geólogos e engenheiros para investigar as camadas do subsolo.


Neste artigo, vamos explicar de forma simples como essa tecnologia funciona, para que serve e por que ela é tão importante para nossas vidas.




A Ideia Básica: "Ouvir" a Terra com Eletricidade


O princípio fundamental da SEV é bem intuitivo: diferentes tipos de rochas e solos conduzem corrente elétrica de maneiras diferentes.


  • Solo Argiloso e Água: São bons condutores de eletricidade (têm baixa resistividade). A argila úmida, por exemplo, deixa a corrente passar com facilidade.

  • Rochas Sãs e Areias Secas: São más condutoras (têm alta resistividade). O granito ou uma camada de areia completamente seca dificultam a passagem da corrente.


A SEV mede essa resistividade elétrica do subsolo em diferentes profundidades. Ao analisar como a resistividade muda, os especialistas podem deduzir quais camadas estão presentes (argila, areia, rocha, água) e até a profundidade delas.



Como o Exame é Feito? O Equipamento e o Procedimento


O equipamento parece simples, mas é muito inteligente. São usados quatro eletrodos (hastes de metal) espetados no chão, em linha reta e igualmente espaçados.


  • Dois Eletrodos Externos (A e B): São os "que falam". Eles injetam uma corrente elétrica no solo. É uma corrente muito fraca e totalmente segura.

  • Dois Eletrodos Internos (M e N): São os "que ouvem". Eles medem a diferença de potencial (uma espécie de "tensão") que a corrente injetada cria no solo.


A magia acontece quando começamos a aumentar a distância entre os eletrodos. Quanto mais afastados os eletrodos estiverem, mais profunda a corrente elétrica penetra no solo.


O aparelho (chamado de resistivímetro) faz leituras para cada distância entre os eletrodos. É como se estivéssemos tirando uma série de fotos, cada uma mais profunda que a anterior.


Passo a passo simplificado:

  1. Os quatro eletrodos são colocados com um pequeno espaçamento inicial.

  2. Uma corrente é injetada e a voltagem é medida.

  3. Os eletrodos são afastados simetricamente, centrados em um ponto fixo.

  4. Novas medições são feitas para cada novo espaçamento.

  5. O processo se repete até que a corrente atinja a profundidade desejada.


Interpretando os Resultados: A "Curva de Resistividade"

Depois de coletar todos os dados, os especialistas plotam um gráfico. No eixo vertical (Y), fica a Resistividade Aparente (o valor medido que representa uma média de todas as camadas). No eixo horizontal (X), fica o Espaçamento entre Eletrodos (que está diretamente relacionado à profundidade de investigação).

A forma dessa curva conta a história do subsolo:

  • Curva Decrescente: Indica que se encontrou uma camada mais condutiva (e, portanto, possivelmente mais úmida ou argilosa) em profundidade.

  • Curva Crescente: Sugere uma camada mais resistiva (rocha ou areia seca) embaixo.

  • Curva Complexa (com "cobrinhas"): Revela a sequência de várias camadas com propriedades diferentes.


Com softwares específicos, os geofísicos modelam esses dados e geram um perfil estimado do subsolo, mostrando a espessura e a profundidade de cada camada identificada.


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Para que Serve? Aplicações Práticas da SEV

A SEV não é apenas uma curiosidade científica; ela tem aplicações vitais no nosso dia a dia:

  1. Busca por Água Subterrânea (Hidrogeologia): Esta é uma das aplicações mais importantes. A SEV é fantástica para localizar lençóis freáticos e aquíferos. Ela identifica onde estão as camadas de areia saturadas com água (que aparecem como baixa resistividade), guiando a perfuração de poços artesianos e evitando "furos secos", o que economiza muito tempo e dinheiro.

  2. Engenharia Civil e Construção: Antes de construir qualquer coisa – uma casa, um prédio, uma ponte ou uma barragem – é essencial conhecer o terreno. A SEV ajuda a:

    • Encontrar a profundidade da rocha firme (o embasamento) para fundações seguras.

    • Identificar áreas de risco, como cavernas, fraturas ou solos instáveis (aterros ou voçorocas).

  3. Geologia e Mineração: Usada para mapear estruturas geológicas e na prospecção de minerais, como argilas especiais ou mesmo água salgada (salobra).

  4. Meio Ambiente: Ajuda a detectar e monitorar a poluição do solo e de águas subterrâneas por contaminantes, como vazamentos de tanques de combustível, pois esses poluentes alteram a condutividade elétrica do solo.


Limitações do Método

Nenhuma técnica é perfeita, e com a SEV não é diferente. Ela pode ser afetada por:

  • Interferências: Fios de alta tensão, cercas, tubos metálicos enterrados e até mesmo o asfalto podem "atrapalhar" as medidas.

  • Ambientes Urbanos: Muitas vezes, não há espaço suficiente para espalhar os eletrodos na distância necessária para investigar grandes profundidades.

  • Ambiguidade: Diferentes combinações de rochas e fluidos podem produzir o mesmo sinal elétrico. Por isso, a experiência do intérprete e a integração com outros dados (como uma perfuração de teste) são cruciais.


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A Sondagem Elétrica Vertical é um exemplo brilhante de como a física aplicada pode nos ajudar a enxergar o invisível. De forma econômica, rápida e não destrutiva, ela nos permite explorar os recursos hídricos, construir com mais segurança e proteger o nosso meio ambiente. É uma verdadeira janela para o mundo subterrâneo, essencial para um planejamento sustentável do nosso território.





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